Questões:
1) Defina etnocentrismo com suas palavras.
2) Relacione o texto ao conceito de
etnocentrismo.
3) Cite dois exemplos de atitudes etnocêntricas.
Diálogo entre um chefe tupinambá e um francês na Baía da Guanabara em 1555.
Tupinambá: Por que vindes vós outros, franceses e portugueses, buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?
Francês: Temos muita, mas não desta qualidade. E não a queimamos, mas dela extraímos tinta para tingir, tal como vós fazeis com seus cordões de algodão.
Tupinambá: E por ventura precisais de muita madeira?
Francês: Sim, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.
Tupinambá: Ah! Tu me contas maravilhas... Mas esse homem tão rico de que me falas não morre?
Francês: Sim, morre como os outros.
Tupinambá: E, quando morrem, para quem fica o que deixam?
Francês: Para seus filhos se os têm. Na falta destes, para os irmãos ou parentes mais próximos.
Tupinambá: Na verdade, agora vejo que vós outros franceses sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tant para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
[...]
LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 2007.
Tupinambá: Por que vindes vós outros, franceses e portugueses, buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?
Francês: Temos muita, mas não desta qualidade. E não a queimamos, mas dela extraímos tinta para tingir, tal como vós fazeis com seus cordões de algodão.
Tupinambá: E por ventura precisais de muita madeira?
Francês: Sim, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.
Tupinambá: Ah! Tu me contas maravilhas... Mas esse homem tão rico de que me falas não morre?
Francês: Sim, morre como os outros.
Tupinambá: E, quando morrem, para quem fica o que deixam?
Francês: Para seus filhos se os têm. Na falta destes, para os irmãos ou parentes mais próximos.
Tupinambá: Na verdade, agora vejo que vós outros franceses sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tant para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
[...]
LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário