Maria Bonita e Lampião |
"Lampião" foi o apelido surgido, segundo ele próprio declarou, por causa do cano de sua espingarda, que ficava em brasa durante os tiroteios. Dentre as inúmeras proezas que se contam a seu respeito, consta que foi chamado a Juazeiro, no Ceará, pelo padre Cícero, então importante líder local, para participar da perseguição à Coluna Prestes, formada por militares que lutavam por mudanças políticas na República Velha. "Lampião" receberia por seus serviços, além do perdão de seus crimes, a patente de capitão, rifles automáticos e uniformes semelhantes aos do Exército.
Com a Revolução de 1930, o poder dos "coronéis" no sertão nordestino foi enfraquecendo lentamente. A modernização política representada por Getúlio Vargas passava pela centralização dos poderes políticos. A eliminação do cangaço passou a ser uma questão de tempo.
Fim de Lampião, Maria Bonita e seu bando |
O grupo de Lampião foi emboscado em uma fazenda em Angico, em Sergipe, em 1938, e na batalha morreram, além do líder do bando, mais dez cangaceiros. Suas cabeças foram cortadas e ficaram expostas em um museu durante mais de trinta anos. Somente em 1969, suas famílias conseguiram autorização para o sepultamento, pondo fim a um espetáculo macabro que expressa bem a época do cangaço.
Extraído de Dimenstein, Gilberto. Dez Lições de Sociologia - para um Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008.
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