quinta-feira, 14 de maio de 2015

Avaliação Terceiro Ano/ Segundo Bimestre

Sabendo que a mídia não é "neutra" (se não leu, leia esse texto), ou seja que é carregada de intenções e ideologias, siga os passos abaixo para criar um mini "observatório da imprensa".

Em grupo definam um tema para o trabalho, que pode ser um acontecimento político do Brasil ou da sua cidade.

ETAPA INDIVIDUAL
  • Cada componente do grupo deverá escolher uma matéria sobre o acontecimento definido pelo grupo. Essa matéria poderá ser de jornais, revistas, sites ou telejornais. No caso desse último veículo, tente anotar as informações passadas e, principalmente, os comentários dos apresentadores e repórteres, ou procurar a exibição da matéria em algum canal online (youtube, por exemplo). Você deve tomar cuidado para que a fonte da sua notícia não seja a mesma de outro colega do grupo. 
  • Faça um fichamento da matéria que escolheu (uma espécie de ficha na qual deverá registrar as ideias principais de artigos e reportagens organizadas em tópicos). Destaque questões como:
    • Como a reportagem descreve o acontecimento em questão: O que aconteceu? Como? Quando? Onde? De que maneira?
    • Quem são os personagens envolvidos? Há exposição das diferentes versões sobre o fato narrado?
    • É possível identificar que o autor da matéria é favorável a algum dos lados? Qual? Que indícios levam a essa conclusão?
    • O autor tenta demonstrar "neutralidade"? Como?
    • Caso você identifique um posicionamento, ele é colocado de maneira clara? Como o autor procura "disfarçar" seu ponto de vista?
ETAPA EM GRUPO
  • Comparem as abordagens nos diferentes veículos. Comparem os fichamentos: Há semelhanças entre os diferentes meios de comunicação consultados? É possível concluir que a mídia traz, de alguma maneira, os olhares de jornalistas e instituições?
  • Elaborem  um relatório final, expondo as conclusões do grupo. 
Orientações:
- O grupo deve ter 4 ou 5 componentes.
- O relatório final deverá ser entregue junto com o fichamento individual de cada integrante do grupo.

Atividade adaptada de DIMENSTEIN, Gilberto; RODRIGUES, Marta Assumpção; GIANSANTI, Alvaro Cesar. Dez lições de Sociologia para um Brasil Cidadão. Vol. Único. São Paulo: FTD, 2008.

Mídia e poder

Entre os poderes instituídos na organização do Estado, é comum a inserção da mídia como uma espécie de "quarto poder" - complementar ao executivo, ao legislativo e ao judiciário. Essa associação decorre do fato de a imprensa se colocar como porta-voz da opinião pública, muitas vezes exercendo não apenas uma função informativa, mas também formativa dessa opinião. Embora seja usual o discurso de que os meios de comunicação apenas "informam" a população, uma leitura atenta desses veídulos mostra que é comum que eles venham carregados de um ponto de vista que chega diretamente ao leitor.
Nesse sentido, é importante encarar a mídia como mais do que apenas um modo de se manter atualizado. Os jornais, revistas, os sites e a televisão são escritos por pessoas e instituições que pensam a realidade social de uma determinada maneira. E a questão é mais complicada do que parece: grande parte dos veículos de comunicação são de propriedade privada, considerados negócios lucrativos. No entanto, o jornalismo é um serviço de utilidade pública, que deveria, em tese, servir aos interesses comuns. Como, então, resolver esse impasse?

A partir dessas reflexões, o Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo, ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encontrou como alternativa criar uma espécie de "quinto poder": uma organização da sociedade civil que discutisse a mídia, acompanhando suas abordagens diante dos acontecimentos. O Observatório da Imprensa, comandado pelo jornalista Alberto Dines, surgiu como um site em 1998, mas hoje já tem também uma versão de programa televisivo - que vai ao ar pela TVE do Rio de Janeiro e pela TV Cultura de São Paulo - e uma veiculação via rádio - pela Cultura FM de São Paulo, rádios MEC AM e FM do Rio de Janeiro e rádio Nacional AM e FM de Brasília. Há ainda um blog no qual os participantes podem discutir e propor assuntos. Com isso, a iniciativa procurou transformar os leitores e espectadores em agentes ativos, que não apenas recebem informações, como também opinam sobre elas. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse do site do Observatório da Imprensa, clicando aqui.

Fonte: DIMENSTEIN, Gilberto; RODRIGUES, Marta Assumpção; GIANSANTI, Alvaro Cesar. Dez lições de Sociologia para um Brasil Cidadão. Vol. Único. São Paulo: FTD, 2008.

Avaliação Segundo Ano/ Segundo Bimestre

Você certamente já ouviu falar muito em "trabalho". Ao longo das aulas, você pôde conhecer a abordagem sociológica para esse conceito. Ela não é a única. Compare as seguintes definições de "trabalho", dadas por três diferentes disciplinas:

Sociologia/ Ciências Sociais
O trabalho é uma relação social produtiva submetida às exigências técnicas e materiais da produção. Portanto, o trabalho deve ser explicado no âmbito das especificidades de uma dada sociedade. Para Marx, por exemplo, o trabalho assalariado objetivado é o trabalho da época capitalista.
Fonte: SPURK, Jan. A noção de trabalho em Karl Marx. In: MERCURE, Daniel; SPURK, Jan (Org.). O trabalho na história do pensamento ocidental. Petrópolis: Vozes, 2005.


Filosofia
Para o filósofo alemão Jürgen Habermas, o trabalho é uma ação racional com respeito a fins, por meio da qual homens e mulheres se apropriam da natureza em busca da sobrevivência e interagem comunicativamente entre si.
Fonte: HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência enquanto tecnologia. In: Textos escolhidos. v. XLVIII. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 310-311. (Os Pensadores)


Física
Realizar trabalho em Física implica a transferência de energia de um sistema para outro e, para que isso ocorra, são necessários uma força e um deslocamento adequados.
Fonte: DOCA, Ricardo Helou; BISCUOLA, Gualter José; VILLAS BÔAS, Newton. Física. São Paulo: Moderna, 2010.

Utilizando sua criatividade, escolha um dos projetos a seguir para realizar, individualmente ou em grupo:
  1. escrever um poema (individual/ postagem Facebook, email ou papel);
  2. escrever uma paródia de uma música famosa (individual ou em dupla/ postagem Facebook, email ou papel);
  3. compor uma música e sua letra (individual ou em dupla/ postagem no Sound Cloud ou Facebook);
  4. fazer um vídeo curta-metragem de um minuto (até 4 componentes/ postagem no Facebook);
  5. elaborar, escrever o roteiro e gravar um programa de rádio (até 4 componentes/ postagem no Sound Cloud ou Facebook);
  6. fazer uma obra de artes visuais - pintura, desenho, instalação (individual/ postagem em rede social ou entrega física);
  7. elaborar uma história em quadrinhos, charge ou tira (individual ou em dupla/ postagem Facebook, email ou papel);
  8. tirar fotografias, relacioná-las e realizar uma exposição virtual (até 4 componentes/álbum compartilhado no Facebook em modo público).
O seu projeto deve estaelecer uma comparaçao ou relação entre as três definições apresentadas anteriormente.
Caso tenha outra ideia de projeto artístico-lúdico para trabalhar o tema, converse com o professor sobre a possibilidade de realizá-la.

Atividade retirada do livro Sociologia - Ensino Médio, Editora Scipione. Autores: ARAÚJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi.
 

Diversidade Cultural - Estudos de caso

A cultura de uma determinada sociedade pode diferir profundamente de outra, o que é sagrado para uma pode ser repugnante para outra, o que é certo para uma pode ser errado para outras. Veja alguns exemplos:
- O homem recebe do meio cultural, em primeiro lugar, a definição do bom e do mau, do confortável e do desconfortável: Os chineses preferem os ovos podres e os oceanenses o peixe em decomposição. Para dormir, os Pigmeus procuram a incómoda forquilha de madeira e os Japoneses deitam a cabeça em duro cepo. 
- O homem recebe do seu meio cultural um modo de ver e de pensar: No Japão considera-se delicado julgar os homens mais velhos do que são e, mesmo durante os testes e de boa-fé, os indivíduos continuam a cometer erros por excesso. 
- O homem também retira do meio cultural as atitudes afetivas típicas: Entre os Maoris [Nova Zelândia], onde se chora à vontade, as lágrimas correm só no regresso do viajante e não à sua partida. Nos Esquimós, que praticam a hospitalidade conjugal, o ciúme desapareceu (...). Nas ilhas Alor [Indonésia], a mentira lúdica considera-se normal; as falsas promessas às crianças constituem um dos divertimentos dos adultos. O mesmo espírito encontra-se na ilha de Normanby onde a mãe, por brincadeira, tira o seio ao filho que está a mamar. 
O respeito pelos pais sofre igualmente flutuações geográficas: O pai conserva o direito de vida e de morte entre os Negritos das Filipinas e em certos lugares do Togo, dos Camarões e do Daomé. Em compensação, a autoridade paterna era nula ou quase nula nos Kamtchatka [da Sibéria] pré-comunistas ou nos aborígenes do Brasil. As crianças Taraumaras [do México] batem e injuriam facilmente os pais. Entre os Esquimós o casamento faz-se por compra. Nos Urabima da Austrália um homem pode ter esposas secundárias que são as esposas principais de outros homens. No Ceilão [atual Sri Lanka] reina a poliandria fraternal: o irmão mais velho casa-se e os mais novos mantêm relações com a cunhada. (…) O amor e os cuidados da mãe pelos filhos desaparecem nas ilhas do estreito de Torres [Austrália] e nas ilhas Andaman [Índia], em que o filho ou a filha são oferecidos de boa vontade aos hóspedes da família como presentes, ou aos vizinhos, como sinal de amizade. A sensibilidade a que chamamos masculina pode ser, de resto, uma característica feminina, como nos Tchambuli [Nova Guiné], por exemplo, em que na família é a mulher quem domina e assume a direção.
Os diferentes povos criaram e desenvolveram um estilo de vida que cada indivíduo aceita – não sem reagir, decerto – como um modelo. 

 Lucien Malson, As crianças selvagens, Livraria Civilização, 1988, pp. 26-28.

sábado, 9 de maio de 2015

Tempos modernos

Uma apropriação prática da filosofia taylorista é o fordismo. Proprietário da Ford Motor Company, nos EUA, Henry Ford inovou o cenário industrial a partir de 1914, ao produzir modelos padronizados e em grandes quantidades - o que barateava os custos de produção -, visando o consumo em massa. Para isso, foi criada a linha de montagem em série, na qual os trabalhadores se fixavam em seus postos e os objetos de trabalho se deslocavam em trilhos ou esteiras (veja o vídeo abaixo). Cada trabalhador deveria ser especializado em uma única tarefa, com o ritmo ditado pela linha de produção. Ao repetir movimentos iguais incessantemente, o operário atuava como uma peça da máquina, alienado do conjunto do seu trabalho.
Adaptado de Sociologia em Movimento, Ed. Moderna.